Beira Meu Amor

A Beira foi o grande amor da minha vida. Recebeu-me com seis anos, em Novembro de 1950 e deixei-a, com a alma em desespero e o coração a sangrar, em 5 de Agosto de 1974. Pelo meio ficaram 24 anos de felicidade. Tive a sorte de estar no lugar certo, na época certa. Fui muito feliz em Moçambique e não me lembro de um dia menos bom. Aos meus pais, irmão, outros familiares, amigos e, principalmente, ao Povo moçambicano, aqui deixo o meu muito obrigado. Manuel Palhares

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quarta-feira, abril 25, 2007

Faleceu o João Paulo


Acabei de saber, agora, da morte do João Paulo!
Telefonei ao meu amigo Rui Brazão, um dos elementos do Conjunto Académico, o qual me disse estar o caixão a entrar, nesse momento, no cemitério onde o João Paulo vai ficar. Deixamos, portanto, a conversa para logo à noite. Queria saber pormenores, pois nem sequer sabia que o João Paulo estivesse doente.
Que pena que eu sinto pela sua partida. Era, na altura em que o conheci, um jovem cheio de talento, alegre, mas reservado, quase tímido. Recordo duas das suas passagens pela Beira, de estar com ele em Lisboa e, pela última vez, na Madeira. Fui sempre sabendo dele pelo Rui...
Obrigado João Paulo, por tantas horas de boa música que porporcionaste a muitos jovens portugueses da nossa geração, não esquecendo aqueles que cumpriam o serviço militar no ultramar português e a quem, tu e os teus colegas de conjunto, suavizaram as saudades de casa.
Adeus amigo!

Manuel Palhares
Odivelas, 25 de Abril de 2007.

terça-feira, abril 10, 2007

A Elsa e o Álvaro - Uma linda história de amor


Pois é, parece conto de romance de cordel, guião de telenovela foleira, mas não é. É um facto verídico!
Tudo começou no outro lado do tempo desta nossa existência, no século passado, numa cidade que se chamava Lourenço Marques, em Moçambique.
A Elsita, menina alegre e viva, andava pelos seus catorze, quinze anos, quando conheceu o Álvaro, e ele pelos seus dezassete, dezoito anos. Foi amor à primeira vista, e lá namoraram por todos aqueles sítios do paraíso que era Moçambique, para alguns, naquela altura: foram passeios românticos em jardins e à beira-mar, idas à matiné, bailes organizados por jovens como eles, mãos dadas e beijinhos trocados aqui e ali, enquanto os passarinhos faziam repiupiu, pelo menos nas suas jovens cabecinhas. E assim passaram três felizes anos das suas ainda muito jovens existências e as coisas não podiam correr melhor.
Mas, eis senão quando, o pai da Elsa resolve acabar com o precoce namoro da filha e toma medidas radicais, enviando-a para Portugal para um colégio.
Nessa altura, a Elsa e o Álvaro viram ruir o seu doce amor de adolescentes e, apesar de lhes passar pela cabeça várias maneiras de contrariar o pai da Elsa, acabaram por se conformar com a decisão e nada fizeram para se opor. Mas sofreram muito com o desabar do idílio que viviam até então.
Passaram os dias, passaram os anos e Portugal viveu a sua maior transformação de sempre depois da dinastia dos Filipes, com o fim do Império Colonial Português. As pessoas que vieram das colónias para Portugal, na necessidade urgente de refazerem as suas vidas, perderam os contactos e diluiram-se no tecido social português, o qual passava então por grandes transformações sociais e políticas. E o tic-tac da vida continuava para todos, por mais duras que fossem as privações.
Mas que é feito da Elsa e do Álvaro, os jovens e apaixonados namorados, que viram o seu lindo romance ser abruptamente cerceado pelo tirano pai da Elsa? Tiveram destinos diferentes, como é óbvio!
Ela, tirou um curso na área do ensino, casou, teve duas filhas e divorciou-se.
Ele, dedicou-se à função pública, casou, teve uma filha, divorciou-se e já é avô.
E, durante mais de trinta anos, nunca souberam um do outro.
Até que, há cerca de dezoito meses atrás, a Elsa, que tem mais energia que uma central eléctrica e não pára quieta, descobriu o nome do Álvaro numa das muitas comunidades moçambicanas que existem na net, arranjou maneira de saber o seu telefone e ligou-lhe com o coração a sair pela boca. Ele, gaguejando, nem queria acreditar que estava a falar com a namoradinha de há trinta e muitos anos atrás. Marcaram um encontro e, mais nervosos do que quando eram jovens, reencontraram-se. Foram conversas sem fim e sem horas e vindas e idas sem parar: ela vive no norte do país e ele cá mais para o sul.
No passado Sábado de Aleluia, em Viana do Castelo, casaram-se. Presentes, alguns amigos dessas comunidades moçambicanas, testemunharam, emocionados, o recomeço desta linda história de amor. Disseram-me que, quando o oficial do registo civil perguntou à Elsa se aceitava o Álvaro para marido, ela respondeu: "Sim, sim, mas já devia ter sido há mais tempo!".
Partem dia doze para uma merecida lua de mel em Cabo Verde.
Muitos parabéns e muitas felicidades, meus amigos!
Que todos os deuses abençoem a vossa união.

Manuel Palhares

Odivelas, 10 de Abril de 2007.

sábado, abril 07, 2007

Uma Páscoa Muito Feliz!


Meus caros amigos,

Hoje comemora-se, como sabeis, o Sábado de Aleluia!
O Cristo crucificado, que escolheu essa forma para pagar pelos pecados da humanidade, resssuscitou.
Não adiantou nada, como se pode ver por todo o lado: a humanidade continua a pecar todos os dias e a toda a hora, de modo muito cruel!
Quem sabe, talvez um dia aprenda a seguir os seus ensinamentos...
Uma Páscoa muito feliz para todos vós e vossos familiares, cheia de muita saúde, paz, amor e felicidade.
Um grande e fraternal abraço do,

Manuel Palhares

Odivelas, 7 de Abril de 2007.

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