A Elsa e o Álvaro - Uma linda história de amor
Pois é, parece conto de romance de cordel, guião de telenovela foleira, mas não é. É um facto verídico!
Tudo começou no outro lado do tempo desta nossa existência, no século passado, numa cidade que se chamava Lourenço Marques, em Moçambique.
A Elsita, menina alegre e viva, andava pelos seus catorze, quinze anos, quando conheceu o Álvaro, e ele pelos seus dezassete, dezoito anos. Foi amor à primeira vista, e lá namoraram por todos aqueles sítios do paraíso que era Moçambique, para alguns, naquela altura: foram passeios românticos em jardins e à beira-mar, idas à matiné, bailes organizados por jovens como eles, mãos dadas e beijinhos trocados aqui e ali, enquanto os passarinhos faziam repiupiu, pelo menos nas suas jovens cabecinhas. E assim passaram três felizes anos das suas ainda muito jovens existências e as coisas não podiam correr melhor.
Mas, eis senão quando, o pai da Elsa resolve acabar com o precoce namoro da filha e toma medidas radicais, enviando-a para Portugal para um colégio.
Nessa altura, a Elsa e o Álvaro viram ruir o seu doce amor de adolescentes e, apesar de lhes passar pela cabeça várias maneiras de contrariar o pai da Elsa, acabaram por se conformar com a decisão e nada fizeram para se opor. Mas sofreram muito com o desabar do idílio que viviam até então.
Passaram os dias, passaram os anos e Portugal viveu a sua maior transformação de sempre depois da dinastia dos Filipes, com o fim do Império Colonial Português. As pessoas que vieram das colónias para Portugal, na necessidade urgente de refazerem as suas vidas, perderam os contactos e diluiram-se no tecido social português, o qual passava então por grandes transformações sociais e políticas. E o tic-tac da vida continuava para todos, por mais duras que fossem as privações.
Mas que é feito da Elsa e do Álvaro, os jovens e apaixonados namorados, que viram o seu lindo romance ser abruptamente cerceado pelo tirano pai da Elsa? Tiveram destinos diferentes, como é óbvio!
Ela, tirou um curso na área do ensino, casou, teve duas filhas e divorciou-se.
Ele, dedicou-se à função pública, casou, teve uma filha, divorciou-se e já é avô.
E, durante mais de trinta anos, nunca souberam um do outro.
Até que, há cerca de dezoito meses atrás, a Elsa, que tem mais energia que uma central eléctrica e não pára quieta, descobriu o nome do Álvaro numa das muitas comunidades moçambicanas que existem na net, arranjou maneira de saber o seu telefone e ligou-lhe com o coração a sair pela boca. Ele, gaguejando, nem queria acreditar que estava a falar com a namoradinha de há trinta e muitos anos atrás. Marcaram um encontro e, mais nervosos do que quando eram jovens, reencontraram-se. Foram conversas sem fim e sem horas e vindas e idas sem parar: ela vive no norte do país e ele cá mais para o sul.
No passado Sábado de Aleluia, em Viana do Castelo, casaram-se. Presentes, alguns amigos dessas comunidades moçambicanas, testemunharam, emocionados, o recomeço desta linda história de amor. Disseram-me que, quando o oficial do registo civil perguntou à Elsa se aceitava o Álvaro para marido, ela respondeu: "Sim, sim, mas já devia ter sido há mais tempo!".
Partem dia doze para uma merecida lua de mel em Cabo Verde.
Muitos parabéns e muitas felicidades, meus amigos!
Tudo começou no outro lado do tempo desta nossa existência, no século passado, numa cidade que se chamava Lourenço Marques, em Moçambique.
A Elsita, menina alegre e viva, andava pelos seus catorze, quinze anos, quando conheceu o Álvaro, e ele pelos seus dezassete, dezoito anos. Foi amor à primeira vista, e lá namoraram por todos aqueles sítios do paraíso que era Moçambique, para alguns, naquela altura: foram passeios românticos em jardins e à beira-mar, idas à matiné, bailes organizados por jovens como eles, mãos dadas e beijinhos trocados aqui e ali, enquanto os passarinhos faziam repiupiu, pelo menos nas suas jovens cabecinhas. E assim passaram três felizes anos das suas ainda muito jovens existências e as coisas não podiam correr melhor.
Mas, eis senão quando, o pai da Elsa resolve acabar com o precoce namoro da filha e toma medidas radicais, enviando-a para Portugal para um colégio.
Nessa altura, a Elsa e o Álvaro viram ruir o seu doce amor de adolescentes e, apesar de lhes passar pela cabeça várias maneiras de contrariar o pai da Elsa, acabaram por se conformar com a decisão e nada fizeram para se opor. Mas sofreram muito com o desabar do idílio que viviam até então.
Passaram os dias, passaram os anos e Portugal viveu a sua maior transformação de sempre depois da dinastia dos Filipes, com o fim do Império Colonial Português. As pessoas que vieram das colónias para Portugal, na necessidade urgente de refazerem as suas vidas, perderam os contactos e diluiram-se no tecido social português, o qual passava então por grandes transformações sociais e políticas. E o tic-tac da vida continuava para todos, por mais duras que fossem as privações.
Mas que é feito da Elsa e do Álvaro, os jovens e apaixonados namorados, que viram o seu lindo romance ser abruptamente cerceado pelo tirano pai da Elsa? Tiveram destinos diferentes, como é óbvio!
Ela, tirou um curso na área do ensino, casou, teve duas filhas e divorciou-se.
Ele, dedicou-se à função pública, casou, teve uma filha, divorciou-se e já é avô.
E, durante mais de trinta anos, nunca souberam um do outro.
Até que, há cerca de dezoito meses atrás, a Elsa, que tem mais energia que uma central eléctrica e não pára quieta, descobriu o nome do Álvaro numa das muitas comunidades moçambicanas que existem na net, arranjou maneira de saber o seu telefone e ligou-lhe com o coração a sair pela boca. Ele, gaguejando, nem queria acreditar que estava a falar com a namoradinha de há trinta e muitos anos atrás. Marcaram um encontro e, mais nervosos do que quando eram jovens, reencontraram-se. Foram conversas sem fim e sem horas e vindas e idas sem parar: ela vive no norte do país e ele cá mais para o sul.
No passado Sábado de Aleluia, em Viana do Castelo, casaram-se. Presentes, alguns amigos dessas comunidades moçambicanas, testemunharam, emocionados, o recomeço desta linda história de amor. Disseram-me que, quando o oficial do registo civil perguntou à Elsa se aceitava o Álvaro para marido, ela respondeu: "Sim, sim, mas já devia ter sido há mais tempo!".
Partem dia doze para uma merecida lua de mel em Cabo Verde.
Muitos parabéns e muitas felicidades, meus amigos!
Que todos os deuses abençoem a vossa união.
Manuel Palhares
Manuel Palhares
Odivelas, 10 de Abril de 2007.
6 Comments:
Beijos para ti , milhões de beijos meu amigo .
Fica marcado para o nosso regresso...
Beijão grande
Elsa e Alvaro
Meus queridos amigos Elsa e Álvaro,
A poucas horas da vossa partida para Cabo Verde, venho aqui desejar-vos uma óptima viagem e uma Lua de Mel muito feliz. Brinquem como crianças e que o vosso coração esteja cheio de felicidade.
Um beijinho para a Elsa e uma abraço para o Álvaro,
Manuel Palhares
Que linda história de amor....só posso desejar as maiores felicidades e que sejam muito felizes!
Carlos Schmidt
Carlos,
Obrigado pela visita.
um abraço,
Manuel Palhares
Fantástica história, comovente e bela!
Força...
Abraço
Mário Relvas
Meu caro Mário,
Acredite que a história ainda é mais bela,com certos pormenores que não cabem aqui.
Um abraço,
Manuel Palhares
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