Beira Meu Amor

A Beira foi o grande amor da minha vida. Recebeu-me com seis anos, em Novembro de 1950 e deixei-a, com a alma em desespero e o coração a sangrar, em 5 de Agosto de 1974. Pelo meio ficaram 24 anos de felicidade. Tive a sorte de estar no lugar certo, na época certa. Fui muito feliz em Moçambique e não me lembro de um dia menos bom. Aos meus pais, irmão, outros familiares, amigos e, principalmente, ao Povo moçambicano, aqui deixo o meu muito obrigado. Manuel Palhares

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segunda-feira, abril 17, 2006

À espera de uma ideia





Meus caros amigos,

Vim para aqui sem saber o que vos dizer. Espero pela palavra certa, pela ideia com substância, pelo texto válido.
A Páscoa já lá vai. Sobre ela e o seu significado, no mundo cristão, principalmente no dito ocidental, escreveram-se milhares de textos, nas mais variadas línguas. E hoje, no dia seguinte, o que fica e que ainda nos faz lembrar dela, é uma certa azia e alguma flatulência pelos excessos alimentares cometidos. Alguns estão hospitalizados devido a acidentes de viação com origem numa condução e comportamento cívico que deixam muito a desejar entre nós e decorrentes das migrações que acontecem por esta altura; e outros, infelizmente, já não estão entre nós porque morreram nesses acidentes.
A vida continua áspera e difícil para a maioria do comum dos habitantes deste planeta. Chamar-lhe aldeia global, é um eufemismo que muitos ainda não deram conta, usando e abusando da expressão. É aldeia global para quem? Que percentagem, dos sete milhares de milhões de seres humanos que habitam este planeta, tem acesso à internet e benificia dela? Por cada um de nós que a usa há dezenas de milhares que nunca ouviram falar dela. Muitos milhares não sabem o que é sequer uma televisão e até um simples rádio.

Não querendo ser profeta do alarmismo, antes pelo contrário, racionalizando o mais possível a análise, verificamos que estamos de novo num choque petrolífero que ninguém sabe que consequências vai ter na vida de cada um de nós e da humanidade em geral. Uma coisa é certa: sempre que o preço do barril de petróleo aumenta, dispara a inflação, a economia não cresce, os juros sobem e agrava-se o desemprego. Não há orçamento que se aguente dentro dos parâmetros previamente calculados e tudo o que os governantes possam dizer para além disto é pura engenharia financeira de prestidigitador. Vêm aí tempos ainda mais difíceis para o comum dos mortais. No nosso Portugal, num ano, o preço da gasolina subiu quinze por cento e desse modo fez disparar o aumento de tudo. O governo anuncia mais aumentos nos impostos e já este mês oitocentos mil pensionistas com reformas superiores a 7500€ por ano - 107 contos mensais na moeda antiga - vão receber um valor líquido de reforma inferior ao do mês passado, porque a retenção do imposto é feito na fonte.
E assim vai este nosso planeta cada vez menos azul, sem emprego para os jovens e sem reformas para os velhos, ambos emparedados no meio de um choque de civilizações.
Com amizade,

Manuel Palhares

Odivelas, 18 de Abril de 2006.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Manel
Dá realmente muito que pensar mas o que mais me preocupa é o futuro dos jovens.
Como foi boa a nossa juventude...
Um abração
M.Costa

quarta-feira, abril 19, 2006 3:53:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá meu "três amigos"
Passei voando pela net, e sai triste com tanta porcaria, já não bastam as guerras que a TV dá, só faltava a net!
Ainda não me sinto bem, por isso só deixo aqui o meu beijinho de amiga sincera que não quer confusões!
Andorinha

quarta-feira, abril 19, 2006 6:58:00 da tarde  
Blogger Manuel Palhares said...

Costinha,

Também é essa a minha angústia e penso que a da generalidade dos pais da nossa geração.
Na véspera de vir para cá, fui ao Capri com o meu pai e uma das suas grandes preocupações era temer que a nossa geração viesse a sofrer. Penso que nós ainda nos safámos, mas os netos dos nossos pais é que estão com más perspectivas, no que diz respeito ao futuro.
Um grande abraço meu amigo,

Manel

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Andorinha,

As guerras entre os vários elementos das comunidades ligadas a Moçambique já vão sendo frequentes, o que deixa um gosto amargo na boca. Todavia, repara que são entre elementos que há 32 anos eram umas crianças e não tiveram tempo de completar a sua formação lá. Ficaram a meio, de lá pouco sabem e estão confusos e repartidos. Não têm nada a ver connosco - são outra gente.
O que é importante são as tuas melhoras.
Um beijinho amigo,

Manel

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Coca-Cola,

É sempre uma alegria ver aparecer uma sucessora do AA, com toda essa energia, disposição e acerto.
Então as amêndoas fizeram das suas nos teus dentes. E ainda por cima tens medo de te sentar nestes modernos protótipos das máquinas de tortura mediavais, que são as cadeiras dos dentistas.Mas lá vai ter que ser.
Um beijinho amigo,

Manel

quinta-feira, abril 20, 2006 3:40:00 da tarde  

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