Versejar - II
Leva-me contigo à desgarrada
Desafia-me com o primeiro verso
Se me falas na minha amada
Eu só vejo e penso no universo
Falaste em cantatas e sonatas
Para piano, violino, cravo e flauta
Isso é sem dúvida muito erudito
Mas com isso não animas a malta
Cantas bem mas não me enganas
Tu quando cantas o teu fado...
Procuras com garras e ganas
Procuras o teu amado...
Cantas lindo, linda menina
Com tua voz de encantar
Como podes ser tão pequenina,
E ter tanto amor para nos dar ?
Se perdeste o teu amor
Numa flor que murchou
Põe de lado toda essa dor
Porque ele nunca te amou
Com tuas sobras e teus restos
Eu tento versos fazer...
Mas depois só ouço protestos
Porque mais nada há a dizer
Sê simpática não digas tudo
Deixa-me algo para mim...
Porque senão eu fico mudo
Não me tortures assim
Manuel Palhares
Odivelas, 21 de Setembro de 2005.
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