Versejar de uma madrugada de insónias
Quando te vi passar por mim
Tão formosa, linda e segura
Pensei logo e disse assim :
- Eras o remédio para minha cura!
Hoje diz quem o sabe
Que é química que nos atrai
No tempo em que não se estudava
Era a paixão, o amor e um ai!
Aquela linda menina
Que sempre passava por mim
Era ainda pequenina
Quando me sorriu assim!
Ó minha gota de orvalho
Do sereno da manhã
Caíste daquele galho
De quem eras sua irmã!
O orvalho duma folha,
Caiu em tua face em lágrima,
Com uma rabanada de ar :
- Ai quem me dera ser essa gota
Para também te puder beijar!
Se quando vertes uma lágrima
Eu te pudesse beijar...
Com estima e com amor
Meu coração podias acalmar!
O sol que derrete a neve
Também aquece o amor
Quando quer leva de leve
As penas da nossa dor!
Pousou-me no meu ombro
Um melro preto como o carvão
Disse-me que eras um assombro
Mais formosa e linda que o coração!
Um passarinho me disse
Novas do meu amor...
Pediu-me que o ouvisse
Para acalmar minha dor!
Manuel Palhares
Odivelas, 4 de Setembro de 2005.
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