Beira Meu Amor

A Beira foi o grande amor da minha vida. Recebeu-me com seis anos, em Novembro de 1950 e deixei-a, com a alma em desespero e o coração a sangrar, em 5 de Agosto de 1974. Pelo meio ficaram 24 anos de felicidade. Tive a sorte de estar no lugar certo, na época certa. Fui muito feliz em Moçambique e não me lembro de um dia menos bom. Aos meus pais, irmão, outros familiares, amigos e, principalmente, ao Povo moçambicano, aqui deixo o meu muito obrigado. Manuel Palhares

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domingo, março 05, 2006

Poetisa da Semana: Cecília Meireles - Biografia e Obra


Meus caros amigos,

Depois de António Gedeão e de José Craveirinha, escolhemos para Poetisa da Semana, a grande poetisa Cecília Meireles.
Para o efeito pedimos a colaboração a uma sua familiar, a nossa amiga Mayra Meireles, que nos enviou este excelente resultado da pesquisa que efectuou.
Aqui fica, com os nossos agradecimentos, a colaboração de Mayra Meireles.
Com amizade,

Manuel Palhares

Odivelas, 5 de Março de 2006.


CECÍLIA MEIRELES

Poetisa: 1901 – 1964


Cecília Meireles nasceu no dia 7 de Novembro de 1901. Seu pai, Carlos Alberto de Carvalho Meireles, morreu três meses antes do seu nascimento e sua mãe, Matilde Benevides, faleceu quando a Cecília tinha apenas 3 anos de idade.

Foram seus avós paternos, João Correia Meireles, português, funcionário da Alfândega do Rio de Janeiro e D. Amélia Meireles.

A avó materna, D.Jacinta Garcia Benevides, açoriana, cuidou da menina, como sua tutora.

Em 1910, ela terminou o Curso Primário, na Escola Estácio de Sá, recebendo uma medalha de ouro das mãos de Olavo Bilac - Poeta e Inspetor Escolar do Distrito Federal.

Estudou história, línguas, filosofia e estudos orientais, daí nascendo o entusiasmo pelo Oriente.

Em 1917, diplomou-se na Escola Normal (Instituto de Educação), seguindo então a carreira do Magistério.

Continuou os estudos no Conservatório Nacional de Música.

Em 1919, escreveu o primeiro livro de versos, "Espectros", recebendo inúmeros elogios da crítica.

Em 1922, casou com Fernando Correia Dias, artista plástico português. Nascem três filhas: Maria Elvira, Maria Matilde e Maria Fernanda (sendo esta uma famosa atriz do teatro brasileiro).

Em 1924, escreve "Criança meu amor", que foi adotado pelas escolas municipais.

Em 1929, editou a conferência "O espírito vitorioso", que foi apresentada no Concurso de Literatura Brasileira, no Instituto de Educação.

De 1930 a 1934, dirigiu uma página de publicação diária, no jornal Diário de Notícias, sobre Educação, fazendo severas críticas ao Governo de Getúlio Vargas, defendendo uma nova escola.

Em 1934, passou a dirigir o Instituto Infantil, no Pavilhão Mourisco, criando então uma Biblioteca Infantil.

Fez a primeira viagem a Portugal, a convite da Secretaria de Propaganda desse país, acompanhada do marido, exercendo intensa atividade cultural em Lisboa e Coimbra.
Em 1935, leccionou Literatura Brasileira na recém fundada Universidade do Distrito Federal (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro). Perdeu o marido, Fernando Correia Dias, por suicídio.

De 1936 a 1938, enfrentou sérias dificuldades económicas. Trabalhou ministrando cursos de Técnica e Crítica Literária, sobre Literatura Comparada e Literatura Oriental. Escreve regularmente em vários jornais: A Manhã, Correio Paulistano e A Nação. Trabalha no departamento de Imprensa e Propaganda, como responsável pela revista Travel in Brazil.

Em 1938, recebeu o Prémio Poesia, da Academia Brasileira de Letras, com o seu livro "Viagem", conheceu Heitor Grilo, médico, com quem se casou no ano seguinte. Viaja aos Estados Unidos e México, ministrando cursos de Literatura Brasileira na Universidade do Texas.

Em 1939, "Viagem" é editado em Lisboa.

Em 1940, leccionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas. Fez conferências sobre literatura, folclore e educação, no México.


Entre 1942 e 1944, publicou "Vaga Música" e escreveu importantes estudos sobre folclore infantil, no Jornal A Manhã.

Em 1944, visitou o Uruguai e a Argentina.

Em 1945, publicou "Mar Absoluto".

Em 1948, é tratada como autoridade no assunto e foi criada a Comissão Nacional de Folclore.

Em 1949, "Retrato Natural", mais um livro, é lançado.

Em 1951, secretaria o Primeiro Congresso Nacional de Folclore (Rio Grande do Sul). Faz viagens à Europa: Bélgica, Holanda , Portugal e França. Publica "Amor em Leonoreta". Recebe o título de Oficial da Ordem do Mérito, do Chile. Recebe o título de Sócia Honorária do Gabinete Português de Leitura Vasco da Gama. Na Índia lançou "Noturnos de Holanda & O Aeronauta".

Em 1953, publica "O Romanceiro da Inconfidência", a sua obra prima.

A convite do primeiro ministro Nehru, participa do Simpósio sobre a obra de Gandhi, na Índia. Recebe título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Deli.
Compõe Poemas escritos na Índia.
Na sua passagem pela Itália, nascem os Poemas Italianos.
Índia, Goa e Europa... Pequeno Oratório de Santa Clara.

Em 1954, novas viagens: Europa e, agora, Açores.

Em 1956, publica "Canções".

Em 1957, viaja a Porto Rico.

Em 1958, faz uma conferência em Israel. Visita aos lugares santos.
Publicação da Obra Completa pela editora José Aguilar.

Em 1960, publica "Metal Rosicler".

Em 1963, é publicado o último livro em vida, "Solombra".

Em 1964, dia 9 de Novembro, morre Cecília Meireles. Foi sepultada no Cemitério São João Batista (Rio de Janeiro).

Em 1965, a Academia Brasileira de Letras confere-lhe o Prémio Machado de Assis, post mortem, pelo conjunto de sua obra.

No centenário do seu nascimento, a Editora Nova Fronteira, do Rio de Janeiro, publica "Poesia Completa", em dois volumes. Edição organizada por Antonio Carlos Secchin.


Seus livros

Espectros, 1919

Nunca mais... E Poema dos Poemas, 1923
Baladas para El-Rei, 1925
Criança, meu amor, 1927
Viagem, 1939
Vaga música, 1942
Mar Absoluto e Outros Poemas, 1945
Retrato natural, 1949
Amor em Leonoreta, 1951
Dez noturnos de Holanda & O aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
Canções, 1956
Romance de Santa Cecília, 1957
Obra poética, 1958
Metal Rosicler, 1960
Poemas escritos na Índia, 1961
Solombra, 1963
Ou isto ou aquilo, 1964
Crônica trovada da cidade de Sam Sebastiam, 1965
Poemas italianos, 1968
Ou isto ou aquilo & Inéditos, 1969
Cânticos, 1981
Oratório de Santa Maria Egipcíaca, 1986
Poesia Completa, 2001

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu canto porque o intante existe e e minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.

Cecilia Meireles

Gostei de encontrar Cecilia aqui, uma das maiores poetisas

Beijos Manuel

terça-feira, março 07, 2006 3:40:00 da manhã  
Blogger Manuel Palhares said...

Mariazinha,
Lindo! Obrigado.
A Cécília náo podia faltar. É, como dizes, uma das maiores poetisas da lusofonia.
Um beijinho,

Manel

terça-feira, março 07, 2006 4:38:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sei que acabo de chegar
de outras terras, outros mares
espero trazer mais calor,
e talvez um pouco de amor
neste meu ir e voltar!

Queria tanto aqui ficar,
neste planeta de amor...
E queria tanto sonhar
um jardim com varias flores
e não mais ter de voltar...

Passei por noites de Inverno
onde nem havia pão...
Olhei crianças dormindo,
muribundos caminhando
pés na terra sem ter chão!

Tentei as grades furar
libertar almas perdidas
queria tanto te ajudar,
no caminhar dessas vidas
dum lamento sem cessar!

Só queria ver-te feliz
ao teu lado me sentar,
aqui, e em qualquer pais
e sentados lado a lado
poder a paz encontrar!

Porque será tão fifícil
o ser humano entender
que para se ser feliz,
e nossa paz encontrar
é seguir o verbo amar!

Andorinha Real

sexta-feira, março 24, 2006 4:21:00 da tarde  
Blogger Manuel Palhares said...

Sãozinha,

Uma maravilha este teu poema de seis quintilhas.
Como sempre de uma sensiblidade e tristeza arripiantes, sem todavia abandonares a esperança.
Lindo!
Um bom fim-de-semana e um beijinho, dos três amigos de Odivelas,

Manel

sexta-feira, março 24, 2006 6:33:00 da tarde  

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