Ó meu amor...
Ó meu amor...
Eu sei que fui eu que te deixei.
No meu peito prevalece a dor
Desse doce ser que tanto amei.
Perdoa-me não ter ficado...
Como vês, estou só e abandonado
Apátrida até, nesta guerra da vida.
Estou só meu amor,
E estou tão velho e tão cansado.
Tu continuas bela e linda
Nesse teu jeito gaiato e gingão.
No baloiçar do teu corpo vai o ritmo
Batucando com os ruídos do sertão.
Ó meu amor...que saudades...
Mas sabes, meu amor sabes,
Como é que mato tanta dor,
Como amordaço as saudades?
Espreito-te todos os dias,
Escondido para não me veres,
Aproveito novas técnicas...
Estas coisas que inventaram
E que aproximam os amores:
A que os sábios chamam computadores!
E agora, com a dor no coração
E com a alma rasgada e os olhos marejados
Vou sozinho carpir esta dor, meu amor.
E para que ninguém saiba e ninguém veja...
Para que só eu ...sozinho fique...
Adeus, adeus meu amor,
Adeus Moçambique!
Manuel Palhares
Odivelas, 15 de Julho de 2005.
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