Beira Meu Amor

A Beira foi o grande amor da minha vida. Recebeu-me com seis anos, em Novembro de 1950 e deixei-a, com a alma em desespero e o coração a sangrar, em 5 de Agosto de 1974. Pelo meio ficaram 24 anos de felicidade. Tive a sorte de estar no lugar certo, na época certa. Fui muito feliz em Moçambique e não me lembro de um dia menos bom. Aos meus pais, irmão, outros familiares, amigos e, principalmente, ao Povo moçambicano, aqui deixo o meu muito obrigado. Manuel Palhares

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sexta-feira, janeiro 30, 2009

Carta a uma amiga virtual da Beira

Minha doce amiguinha,

Ando há anos pela internet e tenho encontrado de tudo no relacionamento virtual: bom, mau e assim assim.
De modo que já me habituei a não esperar muito dos afectos neste mundo virtual, no qual o anonimato mostra o lado menos bom das pessoas e a sua volatibilidade, por vezes ingrata e até cruel.
Vem tudo isto a propósito de já ter perdido a solidariedade e a amizade virtuais de pessoas com quem me dava há anos, porque elas, de repente, resolvem tomar partido por conhecimentos recentes - os quais não gostaram do meu comportamento moral e ético - e, despeitados e torcendo a realidade, conseguem o apoio de quem era meu amigo, a ponto de estes - os que eram meus amigos - me criticarem em posts que escrevem de apoio a essas amizades recentes, sem ouvirem sequer a minha versão do assunto.
E isto já me aconteceu por três vezes, com pessoas que se esforçavam por me manifestarem quase diariamente a sua amizade e deixou-me, como é óbvio, muito decepcionado e triste.
Curioso, e como remate final, é que os que eram meus amigos virtuais há anos, são da minha idade, e as pessoas causadoras dos conflitos são, em geral, dezasseis anos mais novas e sem conhecimento nenhum do contexto colonial português em geral e do "modus vivendi" moçambicano em particular porque, no desfazer do tecido colonial, eram, se tanto, pré-adolescentes, mas falam sobre os assuntos coloniais como velhos colonos...e dizem muitos disparates!
E o que é que a minha doce amiguinha tem a ver com tudo isto?
Para além de, por certo, ter conhecimento de casos idênticos, absolutamente nada.
É das pessoas com mais moral e ética que encontrei desde que ando na net, com fortes valores familiares, humanos e cívicos, à mistura com uma doçura típica das Meninas da Beira do meu tempo.
Neste aproximar de fim-de-semana invernoso, consola-me receber os seus e-mails, onde há sempre uma palavra fraternal de amizade, de carinho e de ternura.
Um bom fim-de-semana Amiguinha, que talvez nunca venha a conhecer pessoalmente.
É devido a pessoas como tu que, nesta globalização sem governo, ainda vai existindo, em algumas famílias, a estrutura familiar baseada no amor.
Um beijinho fraterno e carinhoso, do amigo reconhecido e grato,

Manuel Palhares

Odivelas, 30 de Janeiro de 2009.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Ter amigos ou ter amores

Ter amigos ou ter amores
Qual o mais importante?
Com os amores sou amante,
Com os amigos choro as dores!

Manuel Palhares

Odivelas, 15 de Janeiro de 2009.

Por certo que se chorasse

Por certo que se chorasse
Muita lágrima eu verteria
Mas que cada uma contasse
Que não eram de nostalgia!

Não chorava por dores físicas
Nem por coisas vãs também
Sim, porque se eu chorasse:
Seria só por amor a alguém!

Manuel Palhares

Odivelas, 15 de Janeiro de 2009.

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