Carta a uma amiga virtual da Beira
Minha doce amiguinha,
Ando há anos pela internet e tenho encontrado de tudo no relacionamento virtual: bom, mau e assim assim.
De modo que já me habituei a não esperar muito dos afectos neste mundo virtual, no qual o anonimato mostra o lado menos bom das pessoas e a sua volatibilidade, por vezes ingrata e até cruel.
Vem tudo isto a propósito de já ter perdido a solidariedade e a amizade virtuais de pessoas com quem me dava há anos, porque elas, de repente, resolvem tomar partido por conhecimentos recentes - os quais não gostaram do meu comportamento moral e ético - e, despeitados e torcendo a realidade, conseguem o apoio de quem era meu amigo, a ponto de estes - os que eram meus amigos - me criticarem em posts que escrevem de apoio a essas amizades recentes, sem ouvirem sequer a minha versão do assunto.
E isto já me aconteceu por três vezes, com pessoas que se esforçavam por me manifestarem quase diariamente a sua amizade e deixou-me, como é óbvio, muito decepcionado e triste.
Curioso, e como remate final, é que os que eram meus amigos virtuais há anos, são da minha idade, e as pessoas causadoras dos conflitos são, em geral, dezasseis anos mais novas e sem conhecimento nenhum do contexto colonial português em geral e do "modus vivendi" moçambicano em particular porque, no desfazer do tecido colonial, eram, se tanto, pré-adolescentes, mas falam sobre os assuntos coloniais como velhos colonos...e dizem muitos disparates!
E o que é que a minha doce amiguinha tem a ver com tudo isto?
Para além de, por certo, ter conhecimento de casos idênticos, absolutamente nada.
É das pessoas com mais moral e ética que encontrei desde que ando na net, com fortes valores familiares, humanos e cívicos, à mistura com uma doçura típica das Meninas da Beira do meu tempo.
Neste aproximar de fim-de-semana invernoso, consola-me receber os seus e-mails, onde há sempre uma palavra fraternal de amizade, de carinho e de ternura.
Um bom fim-de-semana Amiguinha, que talvez nunca venha a conhecer pessoalmente.
É devido a pessoas como tu que, nesta globalização sem governo, ainda vai existindo, em algumas famílias, a estrutura familiar baseada no amor.
Um beijinho fraterno e carinhoso, do amigo reconhecido e grato,
Manuel Palhares
Odivelas, 30 de Janeiro de 2009.
Ando há anos pela internet e tenho encontrado de tudo no relacionamento virtual: bom, mau e assim assim.
De modo que já me habituei a não esperar muito dos afectos neste mundo virtual, no qual o anonimato mostra o lado menos bom das pessoas e a sua volatibilidade, por vezes ingrata e até cruel.
Vem tudo isto a propósito de já ter perdido a solidariedade e a amizade virtuais de pessoas com quem me dava há anos, porque elas, de repente, resolvem tomar partido por conhecimentos recentes - os quais não gostaram do meu comportamento moral e ético - e, despeitados e torcendo a realidade, conseguem o apoio de quem era meu amigo, a ponto de estes - os que eram meus amigos - me criticarem em posts que escrevem de apoio a essas amizades recentes, sem ouvirem sequer a minha versão do assunto.
E isto já me aconteceu por três vezes, com pessoas que se esforçavam por me manifestarem quase diariamente a sua amizade e deixou-me, como é óbvio, muito decepcionado e triste.
Curioso, e como remate final, é que os que eram meus amigos virtuais há anos, são da minha idade, e as pessoas causadoras dos conflitos são, em geral, dezasseis anos mais novas e sem conhecimento nenhum do contexto colonial português em geral e do "modus vivendi" moçambicano em particular porque, no desfazer do tecido colonial, eram, se tanto, pré-adolescentes, mas falam sobre os assuntos coloniais como velhos colonos...e dizem muitos disparates!
E o que é que a minha doce amiguinha tem a ver com tudo isto?
Para além de, por certo, ter conhecimento de casos idênticos, absolutamente nada.
É das pessoas com mais moral e ética que encontrei desde que ando na net, com fortes valores familiares, humanos e cívicos, à mistura com uma doçura típica das Meninas da Beira do meu tempo.
Neste aproximar de fim-de-semana invernoso, consola-me receber os seus e-mails, onde há sempre uma palavra fraternal de amizade, de carinho e de ternura.
Um bom fim-de-semana Amiguinha, que talvez nunca venha a conhecer pessoalmente.
É devido a pessoas como tu que, nesta globalização sem governo, ainda vai existindo, em algumas famílias, a estrutura familiar baseada no amor.
Um beijinho fraterno e carinhoso, do amigo reconhecido e grato,
Manuel Palhares
Odivelas, 30 de Janeiro de 2009.